O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse nesta segunda-feira (15) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo de “ataque sistemático” e de uma “caça constante”. Ele fez a declaração ao ser perguntado sobre a reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e Lula na sexta-feira (12) em um hotel em São Paulo.
Segundo Wagner, as conversas são constantes entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula. “Evidentemente se falou desse ataque sistemático que está sendo feito em torno do ex-presidente. É uma coisa clara. É uma caça a uma liderança nacional. Nesse caso, é uma caça praticamente constante. E foram conversas mais gerais, tangenciando todas as questões, inclusive sobre a mobilização que ia acontecer no dia seguinte [sábado] sobre o vírus Zika”, afirmou o ministro.
Lula é 'objeto de grande injustiça', afirma Dilma no Rio
Na manhã deste sábado (13), a presidente Dilma Rousseff afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "objeto de grande injustiça", em referência às denúncias que envolvem um apartamento triplex no Guarujá (SP) e um sítio em Atibaia (SP) frequentado por ele e por familiares. A declaração foi feita durante visita de Dilma a Santa Cruz, no Rio, onde a presidente participou de ações do Dia Nacional de Mobilização Contra o Aedes aegypti ao lado do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e de agentes de saúde.
"Converso sistematicamente com o presidente Lula. Acho que ele está sendo objeto de grande injustiça. Respeito muito a história do presidente Lula e tenho certeza que esse será um processso que será superado, porque acredito que o pais, a América Latina e o mundo precisam de uma liderança com as características do presidente Lula", afirmou.
O delegado da Polícia Federal Marlon Cajado enviou, semana passada, um ofício à Justiça Federal no qual explicou a necessidade de abrir um novo inquérito da Operação Zelotes para apurar suposto envolvimento de “servidores públicos”, entre os quais Lula, no esquema de suspeita de venda de medidas provisórias investigado na operação.
O Instituto Lula divulgou nota a respeito da afirmação do delegado Cajado. De acordo com o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, que assina a nota, "nada justifica a conduta do delegado (...) ao afirmar que Lula seria investigado. O ex-Presidente foi ouvido no dia 6 de janeiro na condição de informante, sem a possibilidade de fazer uso das garantias constitucionais próprias dos investigados."
O juiz Sérgio Moro autorizou a Polícia Federal (PF) a abrir um inquérito exclusivo para investigar as reformas do sítio de Atibaia frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família. A polícia apura se as obras foram pagas por empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.
Triplex
Lula publicou um dossiê em que disponibiliza todos os documentos referentes ao "triplex" do Guarujá, que ganhou grande destaque na mídia recentemente. "Parte da imprensa e seus aliados estão tentando criar um escândalo usando uma boa dose de mentiras e outra de imaginação. Para que não fiquem dúvidas a respeito da verdade no 'caso Guarujá', apresentamos os documentos que mostram o que realmente aconteceu", diz o ex-presidente em sua página nas redes sociais neste domingo (31).
Os documentos, disponibilizados no website do Instituto Lula, incluem os contratos com a Bancoop, a declaração de Imposto de Renda, a declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e contratos sobre a desistência da ex-primeira-dama Marisa Letícia em continuar com o imóvel.
"A mesquinhez dessa 'denúncia', que restará sepultada nos autos e perante a História, é o final inglório da maior campanha de perseguição que já se fez a um líder político neste País", salienta a nota. "Sem ideias, sem propostas, sem rumo, a oposição acabou no Guarujá. Na mesma praia se expõem ao ridículo uma imprensa facciosa e seus agentes públicos partidarizados", conclui o comunicado do Instituto Lula.