segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Nestor Cerveró cita US$ 100 milhões de propina ao governo de FHC

Informação do ex-diretor foi dada à PGR antes de formalizar delação.
Compra da empresa argentina pela Petrobras ocorreu em 2002.

Adriana Justi e Marcelo RochaDo G1 PR, e da RPC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante lançamento de livro em São Paulo (Foto: Roney Domingos / G1)O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi
citado por Cerveró (Foto: Roney Domingos / G1)
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, disse à Procuradoria-Geral da República (PGR), antes de fechar o acordo de delação premiada, que a venda da petrolífera Pérez Companc envolveu pagamento de propina no valor de US$ 100 milhões ao governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC).
O documento em que consta a informação foi obtido pela RPC. Cerveró está preso pela Lava Jato desde janeiro do ano passado.
A compra da empresa argentina pela Petrobras ocorreu em 2002. Ainda de acordo com o depoimento, Cerveró disse que quem repassou essa informação a ele foram os diretores da Pérez Companc e Oscar Vicente, ligado ao ex-presidente argentino Carlos Menem.
Por meio de rede social, Fernando Henrique Cardoso afimou que as afirmações são vagas.

"Não tenho a menor ideia da matéria. Na época o presidente da Petrobrás era Francisco Gros, pessoa de reputação ilibada e sem qualquer ligação politico partidária. Afirmações vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido, sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”.

Venda envolveu proprina ao governo do FHC (Foto: Reprodução)Venda envolveu propina ao governo de FHC, segundo Cerveró (Foto: Reprodução)
Menem foi condenado em janeiro de 2015 a quatro anos e meio por um caso de corrupção durante seu governo (1989-1999). Em junho de 2013, Menem também foi condenado a sete anos de prisão por sua responsabilidade no contrabando de armas para a Croácia e o Equador durante seu governo.
Já Oscar Vicente, segundo Cerveró, seria o principal operador de Menem. "Durante os primeiros anos da nossa gestão, permaneceu como diretor da Petrobras na Argentina", argumentou o ex-diretor da Petrobras.