quinta-feira, 17 de maio de 2012


Lula participa da instalação da Comissão da Verdade, em Brasília


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na manhã desta quarta-feira (16), da instalação da Comissão da Verdade, em Brasília. Também estiveram presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e a presidenta Dilma Rousseff.
Lula com Dilma, ex-presidentes, autoridades e integrantes da Comissão da Verdade. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Para ver mais fotos e baixar fotos em alta resolução, visite o Picasa do Instituto Lula.
O encontro desta quarta-feira marcou a tomada de posse dos sete integrantes da Comissão da Verdade, nomeados pela presidenta Dilma Rousseff. O grupo irá apurar, durante dois anos, violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. A comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e não terá caráter punitivo.
A presidenta fez um discurso emocionado, no qual lembrou o papel importante de cada um dos ex-presidentes presentes no processo de consolidação da democracia e se disse orgulhosa pelo fato de a história ter reservado a seu mandato o momento da instalação dessa Comissão da Verdade.
Guerrilheiros Virtuais

segunda-feira, 14 de maio de 2012


FHC vence prêmio Kluge e vai receber US$ 1 mi
Fernando Henrique Cardoso foi declarado vencedor do Prêmio John W. Kluge, da biblioteca do Congresso dos EUA. Trata-se de distinção concedida a pessoas que se destacam em estudos de disciplinas não incluídas na premiação do Nobel. No caso de FHC, a sociologia.

Afora o reconhecimento acadêmico, FHC engordará a conta bancária em US$ 1 milhão. O prêmio será entregue no dia 10 de julho, em Washington. Um comunicado da biblioteca do Congresso americano explicou a escolha do ex-presidente tucano assim:
“A análise acadêmica [de FHC] das estruturas sociais do governo, da economia e das relações raciais no Brasil estabeleceram a estrutura intelectual de sua liderança como presidente na transformação do Brasil de uma ditadura militar com alta inflação em uma democracia vibrante, mais democrática e com forte crescimento econômico.”
Ouvido, FHC disse ter recebido a notícia com surpresa e satisfação. “Surpresa porque o prêmio foi dado sem que eu o esperasse e sem ter a mais vaga ideia de que ele seria concedido a alguém cujas obras acadêmicas principais foram escritas há tanto tempo.”
“Satisfação por ver no prêmio o reconhecimento do esforço intelectual que fiz e, especialmente, como foi ressaltado no anúncio, porque o prêmio se deu também em função da coerência entre o que escrevi e minha ação política.”

sábado, 5 de maio de 2012


Em homenagem a Lula, Dilma ouve pedido: veta (Josias de Souza)


Em cerimônica conjunta, cinco universidades fluminenses distinguiram Lula com o título de doutor honoris causa. O ex-soberano parecia menos desanimado que na véspera. Dispensou a bengala. Apoiado por professores, entrou no palco do teatro João Caetano sob ovação: “Lula, guerreiro, do povo brasileiro…” Discursou.
Antes, na fase em que as autoridades foram convidadas a compor a mesa, coube à atriz Camila Pitanga fazer as vezes de apresentadora. A certa altura chamou Dilma. Aguardou que a audiência a reverenciasse. Súbito, Camila sapecou:
“Vou quebrar o protocolo para fazer um pedido: veta, Dilma. Pronto, quebrei.” E a platéia: “Veta, veta, veta…” Referiam-se, obviamente, ao Código Florestal, votado na Câmara durante uma sessão em que os agrodeputados prevaleceram.

quinta-feira, 3 de maio de 2012


Lula critica modo de combate da crise mundial


O ex-presidente, que discursa após tratar de um câncer, afirmou ser contra as medidas de austeridade dos desenvolvidos
Lula discursou nesta quinta-feira na sede do BNDES; ao lado dele, o governador do Rio, Sérgio Cabral / Ricardo Stuckert/Instituto LulaLula discursou nesta quinta-feira na sede do BNDES; ao lado dele, o governador do Rio, Sérgio CabralRicardo Stuckert/Instituto Lula

 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta-feira, as medidas de austeridade adotadas pelos países desenvolvidos para combater os efeitos da crise econômica. Lula participou de um seminário promovido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sobre cooperação entre Brasil e África.

Segundo Lula, essas medidas representam corte de investimentos públicos, diminuição de salários, demissões, redução dos benefícios de trabalhadores e aumento da idade mínima para aposentaria.

“Eles pedem austeridade aos povos, aos trabalhadores e aos governos dos países mais frágeis economicamente, mas, ao mesmo tempo, aprovam pacotes de recursos no sistema financeiro justamente nos setores responsáveis pela ciranda especulativa que gerou a crise desde 2008. Ou seja, punem as vítimas da crise e distribuem prêmios aos responsáveis por ela. Há algo de muito errado nesse caminho”, disse.

Lula citou como exemplo positivo de postura diante da crise um programa elaborado pelos países africanos para integrar o continente, intensificando o comércio entre as nações do continente, propondo medidas para aumentar os investimentos, o consumo interno e elevar empregos.

“A União Africana mostra a seriedade daqueles que, diante da crise, não se desesperam. O momento é de ousadia e não de passividade. A hora é de união e não de divisão. O tempo é de solidariedade e não de opressão dos mais fortes sobre os mais fracos”, disse.

Lula discursou pela primeira vez em sete meses, desde que iniciou o tratamento de combate a um câncer na laringe. Ele chegou à sede do banco usando uma bengala e chegou a pedir compreensão da plateia, formada por empresários e autoridades brasileiras e de países africanos, porque teria que falar de forma lenta.

“Faz sete meses que não falo. Espero que não tenha desaprendido a falar”, desculpou-se o ex-presidente, que falou por cerca de 20 minutos.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

1º de Maio: FHC tira do baú velha foto com Lula



Para celebrar o Dia do Trabalhador, Fernando Henrique Cardoso abriu o baú. Encomendou à equipe do Instituto FHC que veiculasse em sua página no Facebook uma foto do tempo em que a política brasileira era em preto e branco. De um lado, a ditadura. Do outro, os que se opunham a ela.
Corria o ano de 1978, recorda a assessoria de FHC. “Os dois futuros presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, distribuíam panfletos a trabalhadores na porta de uma montadora de carros em São Bernardo. Na época, FHC era candidado ao Senado e, com opoio de Lula, pedia votos aos operários.”
O texto não menciona. Mas, nessa ocasião, os dois chegaram a cogitar a hipótese de fundar um partido de linha socialista. A ideia não vingou. Separaram-se. FHC aninhou-se na banda esquerda do velho MDB. Lula foi criar o PT. Mais tarde, a queda da ditadura faria do Brasil um país multicolor. Desapareceu a velha lógica do nós contra eles.
Trafegando por diferentes tons de cinza, FHC e Lula encaixaram as respectivas biografias entre um passado que já era e um futuro que parecia não chegar nunca. Com erros e acertos, cada um à sua maneira, a dupla ajudou a reconstruir o presente.
Maduros, poderiam erguer um brinde à complementariedade que faz do Brasil uma economia estável de duas décadas. Mas a história, essa ponte que liga o incompreensível ao insabido, cuidou de estreitar-lhes a inimizade.