"Aécio hoje tem uma posição de vantagem", diz FHC
Às vésperas da convenção que medirá forças entre Serra e Aécio, ex-presidente diz ao iG que PSDB precisa renovar sua mensagem
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ainda não sabe se irá a Brasília para a convenção nacional do partido que ajudou a fundar 23 anos atrás e pelo qual chegou ao Palácio do Planalto. No encontro que reunirá seus principais líderes, o PSDB também não definiu se fortalecerá o grupo de Aécio Neves em detrimento de José Serra ou se adiará mais uma vez o confronto entre ambos, renovando sua direção graças a uma chapa dita de consenso – e que também não está definida.
Mas na terça-feira 24 de maio, quando recebeu a reportagem do iG no instituto que leva seu nome, no sexto andar de um prédio no centro de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso tinha três certezas sobre temas que deverão passar pela convenção neste sábado.
Confira trechos da entrevista nos vídeos da TViG nesta página.
FHC: Aécio tem vantagem sobre Serra no PSDB
A segunda: FHC é contra a fusão de partidos de oposição porque ela abriria a porta de saída para os cerca de mil prefeitos do PSDB, que ficariam suscetíveis às benesses do governo na disputa do ano que vem.
Para o ex-presidente, o problema do partido está na sua terceira certeza: a falta de mensagem que capture o eleitorado da chamada nova classe média. “O PSDB tem de fazer um trabalho de formiguinha, de renovar diretórios, e discutir a mensagem”, diz.
FHC cobra do PSDB a renovação de sua mensagem política
Para isso, o ex-presidente propõe que o partido seja mensageiro de propostas de renovação, que ajudem as pessoas a mergulhar no avanço tecnológico. “Tem que falar (com as camadas sociais que estão em ascensão) via internet”, propõe.
No dia 18 de junho, data em que o ex-presidente completa 80 anos, o instituto Fernando Henrique Cardoso deve lançar um site de debates, coordenado pelo ex-deputado Xico Graziano e batizado de Observador Político. É um dos caminhos de FHC para ajudar a colocar o partido no trilho do futuro, sem sair do rumo que começou a ser traçado lá atrás, no seu primeiro mandato. “Ou o PSDB continua a ser o partido da renovação, portanto da tecnologia, da modernidade, do crescimento da economia, da seriedade, das camadas que estão subindo, das reformas, ou não tem mensagem”, diz.