sexta-feira, 11 de outubro de 2013
A presidente da República, Dilma Rousseff, ficou reunida na tarde desta quinta-feira por cerca de quatro horas com seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente do PT, Ruy Falcão, com o marqueteiro João Santana e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no Palácio da Alvorada, em Brasília. As eleições de 2014 foram abordadas no encontro entre Dilma e Lula, o primeiro desde o anúncio da aliança entre a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Segundo o ministro Mercadante, que falou após o encontro, não há preocupação por parte do PT do quadro de concorrentes ao pleito presidencial, já que ainda há indefinição de quem será o cabeça de chapa nas eleições. Ele deu o tom do discurso do Planalto a partir de agora: focar na qualidade do governo.
"O foco principal para quem é governo é a qualidade do governo, e é isso que trará nossa vitória, é nisso que estamos seguro. É por isso que temos um leque de aliança muito amplo, muito sólido, muito consolidado, com os principais partidos do País", disse.
"É cedo para a gente desenhar (o cenário) e a gente tem que olhar para a qualidade do governo e é nisso que o governo está focado, é nisso que a gente está trabalhando. Esta é a prioridade da presidente, por isso que ela (Dilma) é só beijos", acrescentou Mercadante, fazendo referência a uma fala da presidente na qual dizia estar na fase "dos grandes beijos".
Para o PT, tanto a candidatura de Eduardo Campos como a de Aécio Neves, pelo PSDB, são apenas uma tendência ainda não confirmada. "Sinceramente, estamos menos preocupados qual é o quadro dos outros concorrentes, quantas candidaturas, quem será, mesmo porque nada disso está definido, apenas uma tendência hoje em relação a outras duas candidaturas, podemos ter mudança nas outras duas candidaturas", afirmou Mercadante.
Segundo o ministro da Educação, que serviu como porta-voz dos temas do encontro, Lula falou de política internacional com a presidente Dilma e elogiou o tom do discurso na Abertura da Assembleia Geral da ONU, no qual a mandatária condenou a espionagem americana em comunicações do Executivo e da Petrobras.
Eles falaram também sobre outros programas do governo, como o Mais Médicos, que leva profissionais de saúde para áreas remotas, e fizeram um balanço das ações tomadas após os protestos de junho, entre os quais o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade. Segundo Mercadante, Dilma anunciará amanhã um "grande projeto" para construção de um metrô em Porto Alegre.
Lula foi a Brasília para, oficialmente, participar de um evento sobre trabalho infantil. Ele deixou o local da conferência, o Hotel Golden Tulip, e foi direto para a residência oficial da presidente da República. O encontro não estava previsto na agenda oficial. Pela manhã, a assessoria de Lula desconhecia se haveria reunião com a sucessora.
O encontro também contou com a presença do ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula Franklin Martins e o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo.
Pela agenda oficial, Dilma receberia o diretor-presidente da Organização Odebrecht às 15h no Palácio do Planalto, mas voltou para a sede do governo apenas depois das 17h30.
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