EFE
Sempre que um leitor não entende o que um articulista escreveu a culpa é de quem manuseou as palavras.
Quando o autor do texto é o professor Fernando Henrique Cardoso, a obrigação de ser claro é redobrada.
Incompreendido até por seus pares, FHC esfalfa-se para explicar que não renegou o “povão” no texto em que aconselhou a oposição a focar-se na classe média.
A reação dos aliados irritou FHC, mas foi a troça de Lula que o tirou do sério. Ele voltou ao tema em conversa com o Painel, seção da Folha. Editada pela repórter Renata Lo Prete, a coluna traz, num par de notas, as penúltimas declarações de FHC sobre o tema. Leia:
- De FHC para Lula: "Se Lula fosse um adversário leal, saberia reconhecer que não desprezo o "povão'", diz Fernando Henrique Cardoso em resposta às declarações de seu sucessor sobre artigo escrito pelo tucano.
"Sou contra o que ele fez com o povo: cooptar movimentos sociais; enganar os mais carentes e menos informados trocando votos por benefícios de governo; transformar direitos do cidadão em moeda clientelista...”
“...Quero que o PSDB, sem esquecer nem excluir ninguém, se aproxime das pessoas que não caíram na rede do neoclientelismo petista...”
“...Desejo que Lula, que esqueceu as antiquadas posições contra as privatizações, continue usufruindo das oportunidades que as empresas multinacionais lhe oferecem, como agora em Londres".
- Para terminar: Ainda FHC: "E desejo, principalmente, que Lula termine com a lenga-lenga contra ler muito e ter graus universitários, pois não precisa mais ter complexos. Virou 'doutor',".
Considerando-se o suor que derrama para convencer que não quis dizer o que todo mundo diz que ele disse, FHC logo repetirá a fatídica frase que jura jamais ter dito:
“Esqueçam o que escrevi”.
Escrito por Josias de Souza às 06h25
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